Cardeal Wilfrid Napier. Foto: Bohumil Petrik / Grupo ACI.
ROMA, 24 Fev. 15 / 03:52 pm (ACI/EWTN Noticias).-
O Arcebispo de Durban (África do Sul),
Cardeal Wilfrid Napier, esteve em Roma recentemente para uma reunião dos bispos
africanos, conhecida como Simpósio das Conferências Episcopais da África e
Madagascar (SECAM), com o Papa Francisco.
“E o primeiro que dissemos foi que
temos que enfatizar que temos bons matrimônios, temos boas famílias; primeiro e
principalmente sejamos positivos”, disse.
Em segundo lugar, continuou, “como
podemos assegurar que a próxima geração também tenha boas famílias e bons
matrimônios? Por isso a preparação e o acompanhamento são duas coisas nas quais
realmente temos que nos concentrar”.
O Cardeal Napier enfatizou que as boas
famílias e a preparação das boas famílias no futuro, eram a sua resposta à
pergunta sobre a suposta abertura de um bispo africano a admitir a Comunhão aos
divorciados em nova união.
John Allen do site Crux escreveu em 11
de fevereiro que o Arcebispo de Accra (Gana), Dom Gabriel Palmer-Buckle, disse
que “está aberto a permitir que os católicos divorciados e civilmente casados
novamente recebam a Comunhão, desmentindo impressões de uma posição africana
uniformemente hostil à mudança nestes temas”.
Allen não citou Dom Palmer-Buckle, mas
escreveu que o Prelado diz que está disposto a “votar sim” sobre “a proposta de
Kasper”.
O Cardeal alemão Walter Kasper foi quem
sugeriu que a Comunhão possa ser entregue, em certos casos, àqueles divorciados
em nova união, sem precisarem de um decreto de nulidade de seu primeiro
matrimônio.
Depois de discutir a necessidade de
fortalecer as famílias agora e no futuro, o Cardeal Napier se referiu aos
comentários do Arcebispo de Gana.
“Um dos cardeais teve a ideia de
telefonar para o homem em questão (Dom Palmer-Buckle) e ele disse ‘olha, estava
falando de forma muito geral, é verdade que isso surgiu e a minha resposta foi
(que) em casos como este, temos que olhar caso por caso, não se pode fazer uma
declaração geral de que se pode dar a Comunhão às pessoas que estão
(divorciadas e) em nova união”.
O Cardeal Napier indicou que embora
saiba que este tema “sairá de novo, gostaríamos, como grupo de líderes da
Igreja na África, não ser desviados em temas, problemas, sem primeiro olhar
para as coisas boas que temos e como podemos fortalecer a Igreja através de
bons casamentos e boas famílias”.
Dom Palmer-Buckle foi eleito pela
Conferência Episcopal de Gana como seu delegado no Sínodo da Família de 2015.
Essa mesma conferência episcopal adotou
em 15 de novembro de 2014, ao concluir a sua assembleia plenária, um comunicado
que destaca “o perene e imutável ensinamento da Igreja sobre a família”, e que
“Deus determinou que o matrimônio seja indissolúvel como Jesus afirmou, ‘o que
Deus uniu, que o homem não separe’”.
No mesmo comunicado, os Bispos da Gana,
entre eles Dom Palmer Buckle, assinalaram que “a Igreja também continuará
ensinando que o divórcio de um cônjuge vivo e fiel não está permitido pela
Igreja porque separa o que Deus uniu”.
A Igreja, indicaram os Bispos “sofre
com aqueles que não são admitidos à Comunhão devido a seu status marital, e
continuará caminhando com eles na fé para animá-los a não caírem na
desesperança”.
Consultado sobre a preparação dos
bispos africanos para o próximo Sínodo, o Cardeal Napier disse que as
conferências episcopais já examinaram um questionário preparado para o Sínodo
dos Bispos.
“Seguindo meu conselho, os bispos
decidiram que simplificariam o questionário e o enfocariam em cinco áreas que
sairão no documento final”.
A primeira destas áreas, disse, “é a
questão chave da preparação e acompanhamento do matrimônio”.
Referindo-se à exortação apostólica
“Familiaris consortio” de São João Paulo II, depois da conclusão do Sínodo da
Família de 1980, o Cardeal Napier disse que “não só estamos falando sobre a preparação
para o dia do casamento mas, sobretudo, sobre o programa de catequese do tempo
da Crisma até o matrimônio”.
“E acompanhamento então pelos primeiros
quatro ou cinco anos: tendo casais na paróquia acompanhando os casais de
recém-casados”.
A segunda área de perguntas que os
bispos africanos farão envolve o ministério “quando um matrimônio se rompe”, e
a terceira preocupação é a coabitação, indicou o Cardeal.
“Muitos casais estão vivendo juntos
antes do casamento. O que está fazendo com que eles ajam assim? Que diferença
faz para eles casar-se? Todo este tipo de perguntas, temos que encontrar qual é
a causa disto”.
A quarta área, indicou, é “a questão de
quando um matrimônio se rompe, quão acessíveis são os tribunais para investigar
esse matrimônio, e declará-lo nulo e sem efeito se esse fosse o caso?”
A quinta área “são as situações
extraordinárias que algumas famílias têm que viver” tais como pais solteiros e
lares sustentados pelos filhos.
O Cardeal Napier também destacou que é
“absolutamente” importante que os fiéis rezem pelo Sínodo e pelos bispos que
participarão dele.
“Acho que para este Sínodo, especialmente
porque é sobre uma coisa tão vital como a família e o matrimônio, necessitamos
de muitas orações” disse, e destacou que a Adoração Eucarística “é uma das
melhores, acredito”.
Etiquetas: divorciados, África, Sínodo para a
Família 2015
FONTE: aci digital
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